Hoje é dia dos avós. Parabéns, vovôs e vovós!
Ainda
não tenho o privilégio de ter netos, mas me lembro com muito carinho de minha
avó materna que, dos meus avós, foi com quem mais convivi. Eu era a neta caçula até a adolescência. Vovó Guilha
era minha vizinha e eu ia diversas vezes ao dia em sua casa, pois lá eu tinha seu
afeto irrestrito, guloseimas, um gato amarelo rajado e até teve uma época que
havia uma ninhada de cachorrinhos!
Vovó
Guilha era professora aposentada e leitora assídua do "Estadão". Lia em
voz alta, "para mim". Gostava, principalmente, dos editoriais e dos colunistas.
Depois, fechava o jornal e comentava mais os textos do que os fatos e me mostrava
as fotos. Aos 14 anos, me deu a minha primeira máquina fotográfica: uma Kodak
Rio 400. Aos 17 anos, me disse para fazer datilografia e enfatizou que era importante
aprender a escrever. Acho que obedeci... Acredito que foi vovó Guilha quem mais
me influenciou na minha escolha profissional: o jornalismo.
Meus
pais diziam que, como avós, não tinham o comprometimento de educar os netos,
portanto, não os castigavam. Sempre flexíveis e dispostos a "esquecer"
as peraltices, eles tiveram grande importância na educação de minha filha.
Certamente, ocorreu o mesmo com meus sobrinhos e sobrinhos-netos.
Ao
ensinar aos netos, os avós são complacentes, pois têm experiência. Aprenderam
com os filhos - agora adultos - que existem situações na vida muito mais
complexas e de difícil solução do que a maioria das travessuras infantis e de adolescentes.
Esse
entrosamento familiar entre gerações é essencial à vida. É um privilégio contar
com a experiência sábia dos mais velhos, transmitida com carinho, afeto e amor
irrestritos. (ilustração: reprodução
"Ciranda Cultural")
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